quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Os prós e contras do ‘governadorável’ Henrique Alves nas eleições no RN

O que faz o deputado Henrique Alves não topar de vez uma candidatura a governador do Rio Grande do Norte?
Medo de perder. De ficar sem mandato.
De deixar o posto de terceiro homem mais importante do cenário político nacional para…o posto de sem mandato.
Essa é a primeira resposta que vem à tona.
Tudo porque Alves já perdeu duas eleições para o Executivo.
Foi duas vezes candidato a prefeito de Natal e perdeu as duas.
Numa, a que perdeu para o ilustre desconhecido Aldo Tinoco por 961 votos, começou a campanha com 45% de aceitação nas pesquisas.
Mas os tempos são outros.
Em números, os que foram levantados até o final do ano passado, Henrique ganharia para o governadorável mais convicto do momento, o vice-governador Robinson Faria.
Já numa disputa com a ex-governadora Wilma de Faria, teria menos da metade dos índices conferidos a ela.
Daí a necessidade se se juntarem, PMDB e PSB.
No quesito Rejeição, Henrique, que tem a fama de ser rejeitado em disputas para o Executivo, não aparece tão mal nos resultados apresentados no final do ano passado.
Numa pesquisa do Instituto Consult, das poucas que tocaram no quesito Rejeição, Wilma apareceu com mais pontos do que ele.
Mais rejeitada do que ele. E com uma margem de quase 10 pontos de diferença.
Menos rejeitados de que Henrique, apareceram Robinson Faria, Garibaldi Filho e Carlos Eduardo.
*
O que faz Henrique temer uma disputa majoritária?
Denúncias contra ele?
As que sempre surgiram?
Ou teria novidade no cenário?
Isso só o deputado sabe…e temer pode fazer parte.
*
Mas…e o que Henrique tem a favor dele que poderia fazê-lo candidato convicto a governador?
O fato de estar em cima de todos os palanques. Presente em todos os gabinetes.
Não dá para ser injusta ao ponto de não encontrar em Henrique, o parlamentar mais interessado em se juntar à bancada e aos governos, municipais ou estaduais, para atuar em nome do Rio Grande do Norte.
Seria injusto…
Se ele tem interesses por trás de uma aliança política com as administrações, aí são outros quinhentos…e entregar a Deus seria a saída mais urgente, sabendo que Deus nunca falha e que as respostas chegam rápido, e vem cheias de Justiça.
Mas não dá para negar.
Só recapitulando os tempos mais atuais.
Henrique não pediu votos para a prefeita Micarla de Sousa.
Mas logo em seguida, lá estava ele fazendo parte da gestão Borboleta.
Se tinha algo indecrifrável por trás, cabe a quem tiver competência apurar.
Mas o fato deixa claro que ele não se negou a trabalhar por Natal.
Se não deu…aí são outros quinhentos…
Depois foi a governadora Rosalba Ciarlini. Henrique não pediu votos para ela pois estava no palanque do então governador Iberê Ferreira, que perdeu a eleição.
Mas, logo depois, lá estava Henrique apertando a mão de Rosalba, fechando parceria, indicando secretarias, fazendo parte de um conselho político.
Se tinha algo indecifrável por trás…que Deus encontre e puna, se for o caso.
Mas, lá estava mais uma vez o deputado trabalhando para ajudar o Rio Grande do Norte.
Sem a veste de derrotado que a maioria dos nossos políticos usa num pós-eleição, ao ponto de não se habilitar a trabalhar pela população.
Agora é o prefeito Carlos Eduardo.
Henrique apoiou a candidatura do deputado Hermano Morais a prefeito de Natal.
Falou poucas e boas contra o primo Carlos na campanha, e ouviu poucas e boas do primo Carlos.
Mas…terminadas as apurações, lá estavam os dois juntinhos, afinadinhos…apesar de, como primos, nunca terem tomado água no mesmo copo.
Se há algo indecifrável por trás, que o castigo venha a passos largos.
Mas não dá para não dizer que o deputado vem atuando em favor da capital.
Então…
Mais do que uma imagem de um ‘deputado Copa do Mundo’ lendo uma revista Playboy no plenário da Câmara há cerca de 20 anos…Henrique pode bater no peito e dizer que, independente de partido, de ideologia, de afinidade e de votos…trabalha pensando no Estado.
Não dá para ser injusta ao ponto de não enxergar isso.
*
Abrindo um parêntese…
Um dia presenciei uma conversa entre políticos com mandato.
Uns governistas e uns oposicionistas.
Ouvi o da oposição reclamando de coisas que a governadora Rosalba Ciarlini deveria ter feito, e até dizendo como ela deveria ter feito.
O governista perguntou porque ele não passava as sugestões para a governadora.
“Porque eu sou oposição ao governo dela”, respondeu o com mandato. E eu ouvi.
E entendi que a mente dele era tão pequena, a ponto de esquecer que ele foi eleito pelo povo para trabalhar pelo povo, independente de quem estivesse numa cadeira mais confortável do que a dele.
Fiquei triste e me segurei para não me meter na história.
Poderia não ser compreendida.
E ali,o eleito pelo povo para trabalhar pelo povo não era eu…
*
Fechando o paêntese.
Henrique tem esse perfil.
Tem ‘telhado de vidro’, como se diz…mas Ministério Público está aí para isso. Para investigar e apontar.
Se não há o que temer, por que temer uma candidatura majoritária?
A não ser que o deputado não queira.
Afinal de contas, deve ser muito chato mesmo sair do conforto de Brasília para sentar à mesa com grevistas do Itep e da polícia civil, ter sempre à sua frente professores gritando palavras de ordem na porta de seu gabinete, servidores da saúde fazendo movimento nas ruas para reclamar do atendimento ruim…
Sem falar que deve ser pior ainda ter que enfrentar, e isso é inevitável, o movimento #ForaHenrique nas redes sociais…
Henrique hoje está mais para buscar o décimo segundo mandato de deputado federal do que para correr o risco de sofrer a terceira derrota para o Executivo.
Deixa com isso o PMDB sem candidato.
E ele sabe disso.


Fonte: Blog Thaisa Galvão

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