quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Estiagem reduziu reservas em 50%
O prolongamento da estiagem que vem desde 2012 no semiárido da Região Nordeste, contribuiu para diminuir em 50% o volume de armazenamento dos 12 maiores reservatórios de água do Rio Grande do Norte.  Juntos, eles somam 3,976 milhões de metros cúbicos de toda a capacidade hídrica do Estado, que é de 4,988 milhões de m³. Atualmente, os 12 reservatórios estão com 1,77 milhão/m³ de água armazenada, o correspondente a 35,48% de toda a capacidade de armazenamento de água dos 70 reservatórios monitorados pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh).
Para a coordenadora estadual de Gestão de Recursos Hídricos, Joana D’Arc Freire de Medeiros, a partir de agora “a situação é de alerta, mas não de colapso”,com a chegada do verão e até que se configure o inverno, no começo do segundo trimestre de 2014. 
Somente na hipótese de não se configurar o inverno, a partir de fevereiro, março e no máximo abril do próximo ano,  admite ela, “é que se poderá pensar em tomar medidas de racionamento de água no Estado todo”. Segundo ela, parte dos reservatórios suporta o consumo humano de água em 2013 e 2014.  Com relação a barragem de Tabatinga, em Macaíba, Joana D’Arc explicou que o fato dela estar com 11,94% de sua capacidade não é problema, pois foi inaugurada, há dois anos, para regular as cheias do rio Jundiaí e que não tomou água suficiente em 2012 e 2013 por causa da seca.
Joana D’Arc disse que em função da seca, algumas medidas  tinham sido tomadas já no ano passado e no começo de 2013, com o fechamento das comportas de açudes e barragens que também destinavam águas para  uso no agronegócio e agricultura familiar, como foi o caso da barragem de Passagem das Traíras, em São José do Seridó, hoje o reservatório com o percentual mais baixo de reserva hídrica dentre os 12 maiores mananciais de água do  Estado.
Em agosto de 2011, no começo do  verão, Passagem das Traíras estava com 98,74% de sua capacidade volumétrica, mas já em agosto do ano passado, com a chegada da seca, esse índice caiu para 32,63%. O reservatório que tinha 49 milhões/m³ caiu para 5,42 milhões/m³ em agosto deste ano.  Ela disse que também foram fechadas as comportas do açude Sabugi, em São João do Sabugi, que está com 14,9% do seu volume e da barragem do Boqueirão, em Parelhas, que tem 24,76% da capacidade de armazenamento de água.

Uso agrícola

“A gente não está estimulando nenhum aumento de consumo para uso agrícola”, disse a coordenadora de Gestão de Recursos Hídricos da Semarh. Ela informou que já houve redução da vazão na barragem Armando Ribeiro Gonçalves para abastecimento dos projetos de agricultura irrigável no Vale do Açu. A barragem Armando Ribeiro está com 1,07 milhão/m³ ou 44,45% da sua capacidade o que, segundo ela, é suficiente para atender dois anos de consumo humano.
Quando terminou o inverno de 2011, a Armando R. Gonçalves tinha 97,55% do seu volume e baixou para 67,41% em agosto de 2012. Segundo ela, outra situação difícil é o açude Pau dos Ferros, que abastece a cidade homônima e mais a cidade de Rafael Fernandes, que está com 15,79%. Joana D’Arc acrescentou que uma nova adutora está em fase de testes para aumentar a distribuição de água na cidade, mas pelo volume atual da barragem, está difícil atender a demanda.


Jornal Tribuna do Norte

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