domingo, 24 de novembro de 2013

João Maia: Deus me livre de ser candidato ao governo


Embora rompido com o Governo Rosalba Ciarlini, o presidente estadual do Partido da República no Rio Grande do Norte, o deputado federal João Maia, não traz restrição a coligação com o Democratas. João Maia considera legítima a candidatura própria ao Governo defendida pelo PMDB, mas demonstra desconforto pelo vácuo dos peemedebistas, que ainda não indicaram o postulante ao Governo. “Ele (o PMDB) julga que tem força e tem, na minha opinião, de ter a cabeça de chapa, mas a gente tem que ter o projeto para o Rio Grande do Norte e saber quem é essa cabeça de chapa”, avalia. João Maia nega a postulação ao Executivo estadual, mas sinaliza com uma candidatura a vice-governador, embora pondere que é uma pessoa “de grupo”.

O presidente estadual do PR defende a manutenção da aliança entre os líderes, como o deputado estadual Ricardo Motta (PROS), ministro Garibaldi Filho (PMDB), deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB) e o senador José Agripino Maia (DEM). “Se a gente puder sentar e discutir o futuro de 2014 eu prefiro. Se não, vou discutir eu e o PMDB. Porque eu e o PMDB a gente tem uma relação política que vem da eleição passada”, analisou. Logo após o PR realizar encontro para anunciar o rompimento com o Governo Rosalba Ciarlini, fato que ocorreu na última sexta-feira, o deputado federal João Maia concedeu a seguinte entrevista para TRIBUNA DO NORTE:

Em que falhou o governo Rosalba?

É um Governo que se fechou, que é muito desconfiado, não conversa com ninguém, não é à toa que foi perdendo o PMDB, foi perdendo os partidos. Você não pode ser parte de um Governo. Eu não estava no Governo por causa de cargos. Aliás, como disse o deputado George Soares, a gente sai do Governo de onde não tinha problema nenhum porque não tínhamos nenhum ASG. Estávamos para ajudar o Rio Grande do Norte, mas o Governo não quer ser ajudado. O que vamos fazer?

Como o senhor avalia esse momento da gestão estadual?

É um Governo fechado, muito pouco dado ao diálogo. Não tinha condição de ficar na base do Governo.

No momento em que o senhor colocou a decisão do partido para os liderados (definirem pela saída ou não da gestão), não temeu um desfecho diferente do que o senhor queria (que era romper mesmo)?

Nós trabalhamos muito para organizar o partido e criar núcleos de decisão. Eu não falei por eles (pelos liderados), mas eu dei minha opinião.

Desde os primeiros sinais que o senhor deu, de insatisfação com o Governo, houve alguma tentativa de Rosalba Ciarlini manter o PR na base?


Hoje eu tomei café da manhã com ela (Rosalba Ciarlini) e o marido dela, Carlos Augusto. Fomos conversar sobre a questão das emendas coletivas, já que eu sou coordenador da bancada (federal potiguar). Aí ao final, quando eu fui sair, ele perguntou: você já está indo embora? Eu disse: já, estou indo ali romper com o Governo.

Qual será o caminho do PR a partir de agora, na fase pós-saída da gestão estadual?

Vamos continuar ajudando o Estado. Mas nós queremos comunicar, aliás, foi uma unanimidade (na legenda) de que não temos mais uma relação política formal com o Governo.

Com isso a legenda ingressa na base de oposição com o PMDB ou vai para oposição do bloco de PSB, de Wilma de Faria, e PSD, de Robinson Faria?

O PR é o PR, precisamos combinar essas coisas. Eu acho que não tinha condição de continuar na base do Governo. Aliás, eu acho não, todos assistiram a votação.

Seu nome hoje está disponível para a candidatura ao Governo?

Deus me livre.

O senhor pretende ser candidato a vice-governador?
Eu sou uma pessoa de grupo. Eu sou uma pessoa de grupo. Converso com o PMDB, converso com Ricardo Motta, converso com José Agripino. Independendo do grupo, eu sou de grupo. Não sei definir as coisas sozinho. Inclusive porque se eu definisse sozinho eu não teria essa reunião com mais de mil pessoas (que o PR fez para definira saída do Governo).

Mas o senhor postula uma majoritária?

Eu sou de grupo. Se o grupo reunir e discutir o que é melhor então vamos. Agora tem que sentar e discutir e acertar. O partido (o PR) é muito forte e está cobrando muito da gente uma posição.

Em recente entrevista o senhor chegou a dizer que se havia uma aliança definida para 2014 era PMDB com o PR, isso permanece?

Permanece. Essa é uma aliança sólida. Posso lhe dizer com toda franqueza e isso eu também já disse para o deputado federal Henrique Eduardo Alves e para o ministro Garibaldi Filho, é que o PMDB está meio travando a política do Rio Grande do Norte. Como ele (o PMDB ) não define (o candidato) fica todo mundo meio que esperando a posição do PMDB. Essas manifestações que você viu (que lançaram João Maia candidato a governador, no encontro do PR ocorrido na última sexta-feira) vem muito em função da indefinição. Se tivesse um candidato do PMDB a gente estaria discutindo um apoio.

O PR rompe com o governo Rosalba. Mas qual o posicionamento do PR em relação ao Democratas. O PMDB, por exemplo, não coloca obstáculo para fazer coligação com o DEM, mas não com a governadora.

Eu não tenho nada contra os Democratas. Eu nunca tive (nada contra o DEM), muito embora na última eleição eu tivesse feito campanha para Iberê (o ex-governador Iberê Ferreira, que foi candidato a reeleição). Na última campanha não votei na governadora Rosalba. Mas eu não tenho nada contra. Acho que a gente tinha um grupo, como eu lhe falei, que era Henrique (deputado federal Henrique Eduardo Alves), Garibaldi (o ministro da Previdência Garibaldi Filho), Ricardo Motta (presidente da Assembleia Legislativa), Agripino (senador José Agripino Maia) e eu. Se a gente puder sentar e discutir o futuro de 2014, eu prefiro. Se não, vou discutir eu e o PMDB. Porque eu e o PMDB, a gente tem uma relação política que vem da eleição passada. Mas acho que o PMDB está tendo dificuldade em definir o candidato deles. Ele (o PMDB) julga que tem força e tem, na minha opinião, de ter a cabeça de chapa, mas a gente tem que ter o projeto para o Rio Grande do Norte e saber quem é essa cabeça de chapa.

Qual o critério que o PR adotará para fazer coligação no Rio Grande do Norte? Coliga-se apenas com os partidos que integram a base da presidente Dilma Rousseff?

Essa questão é local.
O PMDB diz que vai lançar candidato próprio ao Governo. Como o senhor avalia essa postulação?

Eu acho que pela força que o PMDB tem, o candidato natural teria que vir deles na oposição.

Como o PR sai do encontro agora rachado com o Governo?

Grande e unido e vibrante. A força do PR vai representar que teremos um papel fundamental em qualquer que seja a decisão política do Rio Grande do Norte.

O empresário Marcelo Alecrim, no recente encontro do PR, assumiu também o palanque de enaltecer o nome do senhor. 

Eu fiquei muito comovido. Marcelo é super ocupado, para ele sair das atividades dele, vir fazer essa manifestação pública, gravada como foi, é muito raro. Fiquei muito emocionado.

Qual a meta do PR para deputado estadual e federal em 2014?
… (o deputado sorri, mas não responde à pergunta).

Jornal Tribuna do Norte


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