sábado, 23 de novembro de 2013

RN é o quinto estado do país em acidente de motos com vitimas fatais

O Rio Grande do Norte é o quinto estado do país em acidentes mortais envolvendo motociclistas. De acordo com o último relatório do chamado “Mapa da Violência”, produzido pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-americanos (Cebela), divulgado nesta semana, 56,6% das mortes nas vias potiguares envolvem pessoas que estavam numa motocicleta ou ciclomotor. Além disso, entre 2001 e 2011, período em análise, o estado teve um aumento de 42,7% nas mortes em todos os tipos de acidente no trânsito. Só em 2011 foram 595 óbitos. Isso quer dizer que a média chegou a 18,6 mortes por cada 100 mil habitantes, um crescimento de 25,6% em relação ao observado no início da década passada.
Além do RN, em oito estados – Piauí, Paraíba, Sergipe, Maranhão, Rondônia, Roraima, Pernambuco e Ceará –, todos localizados nas regiões Norte e Nordeste, a morte de motociclistas representa mais da metade do total de mortes em acidentes de trânsito. Em termos financeiros, os acidentes geram um custo ao Estado. O estudo mostra que no ano passado, em todo o Brasil, foram destinados R$ 102 milhões para gastos com internações hospitalares de pacientes envolvidos em acidentes de trânsito pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Os números envolvendo motociclistas assustam. Só dois anos atrás, foram 372 pessoas que perderam a vida no trânsito quando pilotavam ou estavam na garupa de uma motocicleta. Isso representa uma taxa de 11,6 por 100 mil habitantes. Enquanto que no RN 56,6% dos óbitos envolvem motociclistas, a porcentagem do país, para se ter uma ideia, ficou nos 36,1%. São Paulo, que é o estado mais populoso da federação, tem um índice de 31,9%. O RN fica apenas atrás de Piauí, Sergipe, Paraíba e Maranhão em termos de mortes de motociclistas quando analisado todos os tipos de acidentes.
Apesar de cair duas posições no fatídico ranking das taxas de óbito no trânsito brasileiro, entre 2001 e 2011, o RN cresceu 25,6%. Em 2001, o estado ocupava a 21ª colocação, com 14,8 mortes por 100 mil habitantes. Hoje está na 23ª posição das unidades federativas, mas apresenta uma taxa de 18,6 óbitos por 100 mil potiguares. O Brasil, hoje apresenta um crescimento de 27%, de acordo com o estudo.

Crescimento da frota de motocicletas e ciclomotores reflete em acidentes

Atualmente, de acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), o estado possui 337.312 motocicletas e 525 ciclomotores – estes registrados. Somente Natal possui 75.566 motos trafegando por suas ruas e avenidas. O inspetor Roberto Cabral, do setor de Comunicação Social da Polícia Rodoviária Federal, afirma que a facilidade que se tem hoje para se adquirir esses tipos de veículos contribuem e muito para o número de mortes no trânsito. Outro ponto que pode responder o resultado do levantamento é a falta de fiscalização por parte dos Municípios e a imprudência.

“A população hoje tem a facilidade de adquirir, principalmente, ciclomotores [motonetas de no máximo 50 cilindradas] a vontade. Vemos pessoas sem habilitação e sem nenhuma habilidade para conduzir esses veículos, apesar de o Código de Trânsito Brasileiro prever que os Municípios devam fiscalizar e licenciar esses veículos, não vemos isso. Isso gera uma ‘epidemia’ de ciclomotores e facilita e muito os acidentes”, avaliou Cabral.
Para ele, a imprudência no trânsito por parte dos motociclistas – e mais uma vez, destacou os condutores de ciclomotores – é um fator importante para a crescente de acidentes e mortes de motociclistas. “Os condutores não tem respeito pela própria vida. Geralmente conduzem de forma irresponsável, sem preocupação com equipamentos  de segurança ou com uma condução segura. Queremos que o cidadão tenha consciência que numa moto ele fica mais vulnerável”, alertou o inspetor.
Roberto Cabral orienta que um motociclista precisa sempre estar com seu capacete sempre com a “jugular” – a alça que fica no pescoço – afivelada, e com a viseira no rosto. Além disso ele pede para de preferência o condutor estar de calça jeans e com jaqueta, além de sinalização para a noite. Outra orientação é sempre trafegar na faixa direita da via. Cabral, por fim, alerta que conduzir qualquer veículo sem habilitação é crime. Quem for pego nessas condições, será conduzido a uma delegacia e submetido às medidas legais.


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